O uso da cafeina primeiramente descoberta no café remonta aos séculos XV e XVI.
Inicialmente percebeu-se que ao consumir a bebida preparada a partir do grão de
café torrado e muido sentia-se uma redução a fadiga e aumento do estado de
alerta. Tornando-se assim uma das mais populares bebidas do mundo. Mais
recentemente nas ultimas décadas a utilização da cafeina (C8H10N4O2) na forma
isolada, que não fornece nenhuma caloria para o organismo, ou na composição
entre outros de termogênicos e pré-treinos, tem se difundido de forma crescente
no esporte principalmente para emagrecimento, aumento de força e resistência,
motivação. Vale ressaltar que a utilização desse composto pode ser considerado
doping pelo comitê olímpico internacional quando em uma concentração superior a
12µg/ml na urina e em outras entidades do esporte também variando a
concentração.
Efeito e Mecanismos de ação:
A cafeína é uma droga
psicotrópica do grupo dos estimulantes do SNC (sistema nervoso central). Os
efeitos no organismo variam mas em geral o usuário apresenta um aumento no
estado de alerta diminuição na sensação de cansaço consequentemente podendo
aumentar a capacidade de realizar algumas tarefas, a cafeina causa um efeito
diurético também devido em parte ao aumento de glomérulos e do fluxo sanguíneo.
Esse composto pode atuar também como broncodilatador. Porem a cafeína possui
efeitos indesejados como, palpitações, estimulação da secreção gástrica,
insonia, excitabilidade e apatia. O uso constante desse composto gera pelo
organismo uma tolerância necessitando de maiores doses para conseguir os mesmos
efeitos iniciais podendo ocorrer síndromes de abstinência quando interrompida a
ingestão.
A cafeina que após ingestão via oral atinge máxima absorção entre
30 a 45 minutos, sua vida média é de aproximadamente três horas e é
metabolizada em 90%. É um antagonista competitivo dos receptores de adenosina
podendo também atuar ao nível de receptores, potencializando a liberação de
cálcio do retículo sarcoplasmático (retículo endoplasmático dos músculos) pelo
desacoplamento da atividade da ATPase no músculo estriado esquelético, causa
também um aumento da quebra de ácidos graxos, inibição da fosfodiesterase, o
aumento da concentração de adenosina monofosfato cíclica e uma redução da
concentração plasmática de potássio durante o exercício gerando um aumento de
força de contração muscular e uma economia de glicogênio muscular. A cafeina
quando ao nível do SNC observamos um estimulando a liberação de ACTH e
beta-endorfina, hormônios ligados a resposta ao estresse, modificando a
percepção de dor e fadiga.
Aumento de força:
Estudos mostram q a
ingestão moderada de cafeina (entorno de 3-6 mg de cafeina por Kg de peso
corporal) em atletas treinados em que sua dieta ordinária seja pobre em cafeina,
é eficiente na melhora do desempenho físico, um aumento de cerca de 10% na forca
física em relação ao mesmo exercício sem utilização da cafeína, sem relevantes
aumentos da pressão sanguínea ou de frequência cardíaca, consequentemente com
baixo nível de danos ao sistema circulatório. Porem o mecanismo que explica
esse aumento de força não esta totalmente certo. Já o consumo de doses elevadas
(≥ 9 mg por Kg corporal) aumenta o risco de efeitos colaterais
significativamente sem ser acompanhada de uma melhor performance física,
destacando-se: arritmias cardíacas, náuseas, irritabilidade, insônia,
hipocalemia, hiponatremia, hipertensão arterial seguida de hipotensão,
insuficiência respiratória, convulsões e rabdomiólise consequentemente
aumentando o risco de danos ao sistema circulatório que podem levar a morte do
indivíduo.
Aumento de resistência:
A ingestão de pequenas doses de
cafeina, de 3 a 6 mg por kg corporal, influencia para uma melhor performance em
exercícios prolongados como corrida e ciclismo, fato comprovados por estudos com
ingestão de 3 a 13 mg por kg corporal, tais estudos foram feitos para avaliar
como a cafeina influencia na bioquímica do exercício consequentemente no
desempenho físico de atletas e esportistas, esses estudos mostraram um aumento da
concentração plasmática de ácidos graxos livres e glicerol,consequente de uma
maior lipolise, mesmo com as menores doses utilizadas , doses mais elevadas não
mostraram melhores resultados quanto a performance, também foi observado efeitos
relevantes no SNC, uma redução dos níveis de percepção de dor e cansaço
relacionados ao esforço. Tais propriedades da cafeína em retardar a fadiga, e ou
sua percepção, pode estar baseada no aumento da produção de catecolaminas
plasmáticas, permitindo assim uma melhor adaptação do organismo ao esforço e
desgaste causado pela pratica de atividades físicas de longa
duração.
Bibliografia:
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acessado em 27/09/2013.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732010000600012&lng=pt&nrm=iso
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-86922000000200006&lng=pt&nrm=iso
acessado em 27/09/2013.
Postado por Filipe Rodrigues Marques
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