quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Suplementação de Cafeína no esporte.


O uso da cafeina primeiramente descoberta no café remonta aos séculos XV e XVI. Inicialmente percebeu-se que ao consumir a bebida preparada a partir do grão de café torrado e muido sentia-se uma redução a fadiga e aumento do estado de alerta. Tornando-se assim uma das mais populares bebidas do mundo. Mais recentemente nas ultimas décadas a utilização da cafeina (C8H10N4O2) na forma isolada, que não fornece nenhuma caloria para o organismo, ou na composição entre outros de termogênicos e pré-treinos, tem se difundido de forma crescente no esporte principalmente para emagrecimento, aumento de força e resistência, motivação. Vale ressaltar que a utilização desse composto pode ser considerado doping pelo comitê olímpico internacional quando em uma concentração superior a 12µg/ml na urina e em outras entidades do esporte também variando a concentração.

Efeito e Mecanismos de ação:
A cafeína é uma droga psicotrópica do grupo dos estimulantes do SNC (sistema nervoso central). Os efeitos no organismo variam mas em geral o usuário apresenta um aumento no estado de alerta diminuição na sensação de cansaço consequentemente podendo aumentar a capacidade de realizar algumas tarefas, a cafeina causa um efeito diurético também devido em parte ao aumento de glomérulos e do fluxo sanguíneo. Esse composto pode atuar também como broncodilatador. Porem a cafeína possui efeitos indesejados como, palpitações, estimulação da secreção gástrica, insonia, excitabilidade e apatia. O uso constante desse composto gera pelo organismo uma tolerância necessitando de maiores doses para conseguir os mesmos efeitos iniciais podendo ocorrer síndromes de abstinência quando interrompida a ingestão.
A cafeina que após ingestão via oral atinge máxima absorção entre 30 a 45 minutos,  sua vida média é de aproximadamente três horas e é metabolizada em 90%. É  um antagonista competitivo dos receptores de adenosina podendo também atuar ao nível de receptores, potencializando a liberação de cálcio do retículo sarcoplasmático (retículo endoplasmático dos músculos) pelo desacoplamento da atividade da ATPase no músculo estriado esquelético, causa também um aumento da quebra de ácidos graxos, inibição da fosfodiesterase, o aumento da concentração de adenosina monofosfato cíclica e uma redução da concentração plasmática de potássio durante o exercício gerando um aumento de força de contração muscular e uma economia de glicogênio muscular. A cafeina quando ao nível do SNC observamos um  estimulando a liberação de ACTH e beta-endorfina, hormônios ligados a resposta ao estresse, modificando a percepção de dor e fadiga.
Aumento de força:

Estudos mostram q a ingestão moderada de cafeina (entorno de 3-6 mg de cafeina por Kg de peso corporal) em atletas treinados em que sua dieta ordinária seja pobre em cafeina, é eficiente na melhora do desempenho físico, um aumento de cerca de 10% na forca física em relação ao mesmo exercício sem utilização da cafeína, sem relevantes aumentos da pressão sanguínea ou de frequência cardíaca, consequentemente com baixo nível de danos ao sistema circulatório. Porem  o mecanismo que explica esse aumento de força não esta totalmente certo. Já o consumo de doses elevadas (≥ 9 mg por Kg corporal) aumenta o risco de efeitos colaterais significativamente sem ser acompanhada de uma melhor performance física,  destacando-se: arritmias cardíacas, náuseas, irritabilidade, insônia, hipocalemia, hiponatremia, hipertensão arterial seguida de hipotensão, insuficiência respiratória, convulsões e rabdomiólise consequentemente aumentando o risco de danos ao sistema circulatório que podem levar a morte do indivíduo.
Aumento de resistência:

A ingestão de pequenas doses de cafeina, de 3 a 6 mg por kg corporal, influencia para uma melhor performance em exercícios prolongados como corrida e ciclismo, fato comprovados por estudos com ingestão de 3 a 13 mg por kg corporal, tais estudos foram feitos para avaliar como a cafeina influencia na bioquímica do exercício consequentemente no desempenho físico de atletas e esportistas, esses estudos mostraram um aumento da concentração plasmática de ácidos graxos livres e glicerol,consequente de uma maior lipolise, mesmo com as menores doses utilizadas , doses mais elevadas não mostraram melhores resultados quanto a performance, também  foi observado efeitos relevantes no SNC, uma redução dos níveis de percepção de dor e cansaço relacionados ao esforço. Tais propriedades da cafeína em retardar a fadiga, e ou sua percepção, pode estar baseada no aumento da produção de catecolaminas plasmáticas, permitindo assim uma melhor adaptação do organismo ao esforço e desgaste causado pela pratica de atividades físicas de longa duração.


Bibliografia:

Postado por Filipe Rodrigues Marques

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